23/11/2009

shit

para ler ao som de :
http://www.youtube.com/watch?v=lUJDAzOfhCU

Não sei que lugar é este onde, por vezes, dou por mim encostado.
Sinto frio nos dedos e percebo a minha nudez inteira. O corpo todo despido. E o mundo inteiro a olhar-me.
Não sei que lugar é este onde me encontro parado, tantas e tantas vezes.
Tropeço no ar e cedo à gravidade como se não houvesse inevitabilidade na queda. Como se não pudesse ser de qualquer outra forma que não esta mesma.
Talvez nada, hoje, como tantas outras vezes, faça realmente sentido. Talvez nada seja suposto ter sentido porque o sentido que as coisas têm não é mais do que aquele que lhes atribuímos – ainda que sem o sabermos.
Sei que me encontro nu defronte do mundo e tudo está imensamente frio.
ainda que tente andar
ainda que intente dançar
ainda que possa evitar a água que corre sem destino pelas estradas
não poderei afastar-me da tempestade de areia que me cobre os olhos e o pensamento.
Não vejo absolutamente nada enquanto o mundo inteiro me questiona.
E mantenho-me encostado, neste lugar para o qual a gravidade me atira sem piedade nenhuma para me lembrar que cheguei aqui de qualquer forma e dessa forma qualquer voltarei a sair daqui.
Espero que a tempestade cesse.
Espero o tempo que tiver que esperar.

ainda que nada disto faça sentido.

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