O tempo escorre-me na pele. Secam os lábios e os dedos no calor da insanidade. Perco-te no momento exacto em que te sinto. Perco-me na certeza de não haver retorno desta levada.
O tempo chove-me nos dedos e no pensamento. Corro atrás de ti como se fosse a última possibilidade de te perder. Como se não houvesse alternativa e tudo se tornasse a razão única de ter chegado até aqui.
Escorre o tempo por dentro de mim enquanto morro lentamente. Seca-me a alma no momento em que te perco em definitivo e o tempo se torna uma parte inteira da chuva que me ensandece.