29/11/2010
nEoMe
23/11/2010
chuva ardida
19/11/2010
cc II
cc
04/11/2010
Compreendo o porquê exacto que te leva a não chegares aqui.
[Tão louca razão que sabe não querer saber quando sabe.]
Vejo que o deserto não pode ser um lugar para quem só sabe amar o mar.
[Que há saudade do mar somente no deserto, finge:]
Percebeste, pouco depois de tocares esta areia, que o lugar de ti não podia acontecer aqui.
[e foi assim um feito des-feito]
Não podia ser agora.
[com desfecho:]
Sei porque é que não me tocas quando me suspendo no teu respirar.
[a distância encarnada, uma ligeira travessura:]
Sei porque não me olhas quando rasgo os pulsos e escorro o sangue como se fosse chuva.
[de seres impossível várias vezes, repetida e tragicamente, acontecida gota a gota.]
Reconheço que não saibas os passos que danço quando estás de costas para o lugar onde eu ainda consigo existir.
[Respira. Sente. Respira. Pensa. Respira… e mais um pouco, a pouco.]
Sei bem porque é que eu sou ainda um deserto.
[Acordo e sei que por detrás da janela – lá fora – há, inevitavelmente, gente.]
Sei bem que tu vais ser sempre o mar. Longe.
[E que ser gente é, paradoxalmente, evitável.]