Procuro as palavras certas para te poder ouvir.
Mas é somente silêncio
aquilo que trago cerzido na voz.
Perdoa-me, amor.
Mas vou continuar a caminhar no lado em que se deita a sombra. No canto mais longo do jardim. Nos caminhos onde não haja outros passos. Junto das flores selvagens e das ervas que danam. No lugar onde a lama permanece porque ninguém se interessa. Onde há pó. Onde há covardia.
Não vou ousar os caminhos cheios de sol. Não quero estar ao calor nem a ver os pássaros que fogem.
Não sei caminhar longe da gravilha e do lodo. Não sei caminhar os teus passos.
Vou ficar aqui e ser aniquilada pelos leões. Os leões só devoram aqueles que ouvem os seus rugidos e temem entrar na caverna...