Sonhei o teu corpo despido em contra-luz na janela do jardim.
De seguida, sonhei um tigre branco que atravessou o ar e me tocou nas mãos e se deitou aos pés do tempo.
Depois, sonhei-te com uma outra mulher que sorria segura pelos fios das tuas mãos trémulas.
A seguir vi a minha sombra a atravessar o jardim, descalça, a passar sobre o pêlo do tigre que dormia na alegoria de (eu) ser uma ilusão, a arrastar os fios quebrados presos no tempo da pele, a caminhar, sorrindo, em contra-luz.