Caminho desavinda de lugar nenhum.
Percorri as ruas vazias da minha inquietude e foi a este lugar que cheguei.
Não reconheço nada.
Não está aqui ninguém.
Há apenas o silêncio que se escuta debaixo de água e
cheiram a podre e a lixo estas ruas que desenham os traços e os troços do resto que ficou de mim.
Há sujidade por todo o lado. Minhas mãos estão cobertas de terra apodrecida, barro negro que me escorre nas veias da pele e dentro da boca.
Escavo estas ruas dentro do peito até aquietar o desassossego de quem não tem lugar.
Por tudo o que vejo, permanece a água que escorreu das iras do tempo. Água que lava e que leva tudo o que encontra. Até o silêncio que se aquieta por dentro de si mesma. Até percorrer os caminhos e chegar, vinda de um qualquer lugar, ao lugar onde eu já não caminho.
Sem comentários:
Enviar um comentário