10/09/2014

silk

seguram-me finos fios de seda.
a chuva está prestes a chegar e eu ainda não comecei a andar. em breve terei de começar a mover-me. em breve terei de desaparecer.
rasga-se-me a pele à medida que equaciono o movimento. o sangue queda, frio, sobre a terra bafienta. está quase tudo seco aqui. está quase tudo morto aqui.
se, ao menos, escutasse a tua voz, poderia quebrar os fios que ainda me seguram e começar a correr.
mas só há silêncio, hoje e sempre, aqui, por dentro deste lugar.