Segura-te bem. Isto
é o começo do fim. Todas as linhas de aço que te seguram estão já corroídas do
tempo e da chuva que não chegou, nunca, a cessar. Segura-te bem. O fim é o
momento que vem depois de agora.
Não precisas
temer nada do que possa vir. Não vai ser muito diferente do que viveste até
aqui. Não vais questionar. Não vais querer mais. Vai ser tudo igual.
O mesmo cubo de
onde não vais, nunca, chegar a aprender a sair. Paredes que nunca vais aprender
a deitar abaixo. Portas que nunca vais aprender a abrir. Tectos que nunca
pintaste de mais nenhuma cor que não o mais negro dos negros que a noite pode
ter.
Segura-te bem. Os
fios estão a estilhaçar o que resta do tempo que falta. Um. Dois. Mais um.
Tudo termina
muito em breve. Segura-te bem.