03/11/2010

Compreendo o porquê exacto que te leva a não chegares aqui.
Vejo que o deserto não pode ser um lugar para quem só sabe amar o mar.
Percebeste, pouco depois de tocares esta areia, que o lugar de ti não podia acontecer aqui. Não podia ser agora.
Sei porque é que não me tocas quando me suspendo no teu respirar.
Sei porque não me olhas quando rasgo os pulsos e escorro o sangue como se fosse chuva. ´
Reconheço que não saibas os passos que danço quando estás de costas para o lugar onde eu ainda consigo existir.
Sei bem porque é que eu sou ainda um deserto.
Sei bem que tu vais ser sempre o mar. Longe.

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