16/08/2018

NieNte

Não te reconheço no lugar em que o abismo que se abre entre o que somos me conduz ao delírio.
Escrevo as linhas que se apagaram de minhas mãos. Escrevo nas mãos que desapareceram nas linhas em que me esculpi até ser.
Não conheço este lugar de não encontro entre meu caminho e o teu. 
Não me reconheço no que é esperado de mim e não sei como ser de forma a que eu não aconteça desta forma em mim. 
Quero erguer-me sobre as labaredas do que se arrasta na minha mágoa até terminar em cinzas por sobre a terra molhada. 
Não te reconheço no lugar que resta na angústia de ser o que sou e não escrevo as palavras que podiam caber nas linhas em que desapareço.

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