25/11/2009

"com que voz" - nicholas oulman documentário CCB hoje

senti-me num lobby judaico/socialista.
fui convidada por uma amiga a ir - (repito, CONVIDADA que presupõe que numa coisa onde só se vai por convite apela à presença das vedetas, dos VIPs, da fina flor da sociedade portuguesa, politica, artistica e da comunidade judaica lisboeta) - à apresentação do documentário "com que voz" de Nicholas Oulman essencialmente sobre seu pai, Alain Oulman.
um homem, sem dúvida rigorosamente nenhuma, absolutamente interessante e que parece ter tido uma vida cheia de coisas boas e felizes. partilhou espaço, ar,toques com grandes nomes da literatura mundial. um homem de familia judaica, a residir em portugal, de ascendência francesa em luta permanente entre as suas obrigações familiares e as suas necessidades/inspirações/vocações artisticas.
o documentário está muito focado na relação deste homem com a música, particularmente com a sua visão do fado. e felizmente que ele se interessou pelo fado e contribuiu tanto para a sua melhoria. trabalhou anos a fio com amália. foi buscar poemas de camões, de o'neill, de tanta gente boa com tanta palavra boa. este homem invulgar foi um lugar essencial ao fado, à música, à cultura.
um documentário longo (2h meus senhores??!!) mas cheio de coisas boas, frescas, pesasadas (salazar, pide,sabiam que o fado "Abandono" chama-se Fado de Peniche porque faz alusão aos presos politicos na prisão de peniche de onde a fuga de álvaro cunhal ficou famosa??!! ah, pois é!! e belas (amos oz, telavive, paris, abril).
fiquem com a segunda das melhores coisas que ouvi hoje
a primeira seria o "com que voz" cantado pela amália (não porque ela me seja especial mas porque o poema e a música são especiais).
ps: não, não vou explorar a parte do socialismo dentro do lobby.

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