fico sentado na estrada húmida a ver minha mente desfazer-se dentro da chuva de maio.
a alvorada insistiu em levar-me pela mão até ao princípio da alegoria. até ao lugar que é o momento em que desejava,
ardentemente,
perder-me
verdadeiramente.
passei pela vida a caminhar no cristal fino da inquietude que dança rasgada sobre o basalto que se faz ser base sob meu caminho de lava e de vidro.
procurei tentar saber sempre mais do que o que era apenas visível aos olhos fechados, enquanto a água me lavava o corpo da angústia de se saber ser algo que um destino qualquer escreveu com tinta dourada nas linhas desfeitas da estrada molhada.
fico sentado com o corpo dormente enquanto a pedra se transforma em vidro,
enquanto a chuva se encontra com o fogo,
enquanto o vidro se entranha nas linhas da pele,
enquanto a minha mente se entrega ao ardor.
deixo-me a arder,
até que a história termine.
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