por vezes,
esperar é uma coisa doce.
outras vezes,
puro fel.
esperar,
por vezes,
é uma alegria nas mãos de uma criança que aguarda,
ansiosamente,
a sua recompensa.
e esperar,
por vezes,
é ter a alma agrilhoada em correntes de ferro
enquanto corpo se move no innuendo de uma liberdade iludida no vulto de uma quimera.
esperar,
por vezes,
é lugar onde permanece uma angústia incerta,
uma incerteza angustiante.
esperar,
outras vezes,
é um lugar devasso onde não cabe a esperança,
a paciência,
ou a compaixão.
mas,
por vezes,
é um lugar infinitamente paciente onde não cabe a pressa dos dias que se dissolvem.
esperar,
hoje,
é uma sensação que perdura pendurada na dor
a ver o tempo imenso a pesar na tão próxima
iminência
de tudo poder terminar
assim
abruptamente
e depois
ficar tanto por ter sido.
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