13/05/2015

palavraspalavraspalavras


São cordas de aço que me prendem.  São cordas de aço que me retêm.
São aros de fogo que me consomem.  São bafos de fumo que me impedem de abrir os olhos.

São garras de corvo que me seguram. São restos de pele no chão que se me perdem.
São palavras soltas que me destroem.  São tempestades que me devastam.

São tempestades que me apaixonam. São ossos secos que me compõem.
São memórias de outrora que me esquecem. São memórias de agora que se me desaparecem.

São angústias que reaparecem. São segredos que se descobrem.
São palavraspalavraspalavras que me despem.

São sentimentos que se perderam. São sintomas que adoecem.
São corpos que se perdem nas estradas. São ventos que afastam a bonança.

São sangue e suor e lágrimas que me fazem. São crenças desacreditadas que dançam.
São melodias de um silêncio que só pode ser eternamente atroz.  São respostas pendentes nas perguntas por fazer.

São palavraspalavrasplavras que não chegam.

São tempos que se evadem na areia do deserto.
São anjos que quedam dos precipícios.  São morreres que morrem  silenciosos dentro de nós.

São vidas inteiras que se esquecem de ser.
São palavraspalavraspalavras que faltam aqui.

São palavras que se prendem nas cordas de aço que faltam aqui.

 

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