Pára, por favor.
Não precisas sair já. Aguarda um momento. Nunca te esqueças que somos muito
mais do que isto. Por favor, pára. Não te movas. Não respires. Evita os lugares
vazios. Esquece o que não foi. Segura este momento nas tuas mãos cheias. Toca-me.
Por favor, fica. Talvez seja apenas este o tempo que resta. Sei pouco sobre
isto. Sei pouco sobre a certeza de que há medo aqui. Há restos de tantas
coisas, de tantos momentos. Desde há muitos anos que paro de respirar quando me
olhas. Cesso de existir para te ser inteiro. Suspendo qualquer movimento a
aguardar teu caminho. Mergulho dentro da tua pele de cada vez que me sorris. Sou
inteiro dentro da razão de ti. O lugar onde eu acabo é no lugar de ti. O que
faço é no sentido de chegar até ti, por mais longo e sinuoso que o caminho
pareça ser. Não há palavras que me possas dizer que eu possa não ouvir e
preciso de te ouvir para ter a certeza de estar aqui. Tens a minha alma nas
tuas mãos e as tuas mãos estão neste momento, aqui, agora. Segura-me. Espera. Não
partas de novo. Fica. Por favor, pára.
Tenho as asas
partidas e agora já não posso mais voar atrás de ti.
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