29/04/2020

deslizo para a linha do porto que me amansa
e o rio diz-me que faz falta o mar por dentro.
resvalo na incerteza do amor à memória do que não esqueço
e o mar canta-me um poema de abandono.
mergulho na boca inteira do mundo que sonhei
e o tempo abandona-me na falta do poema. 
dispo-me do que faltava antes de ter chegado  
e invento a antítese de meu desespero. 
é vã e lisa a linha da mansidão do porto 
onde meu rio repousa até o mar ser tudo o que fica da memória de um abraço.  

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