27/08/2019

steLLa

Pego nos espaços vazios que ocupam a solidão de ser eu. Coloco-os uns sobre os outros até que não reste nenhum. Peça perante peça. Como se conjugasse um jardim labiríntico em que me pudesse perder do mundo. 
Pego na solidão que me ocupa no vazio e sigo num caminho emerso em estrelas. Neste manto negro que me cobre, só eu vejo tudo o que brilha. Pontos de luz que anunciam o fim e o recomeço, o limite e margem, o estar e a queda.
Pego no que resta da minha existência e ocupo todos os espaços com a luz que emerge de cada ponto estelar no manto interminável do céu que me toca nos cabelos. 

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