31/08/2015


Respira-me na pele e toca-me. Aperta a minha solidão contra a tua agonia e devasta-me na chuva.

O resto não importa. Deixa que a maré suba até engolir a praia inteira.

Arrasta-me na tua insensatez e evade-me num resquício onírico sem tempo para terminar.

Lambe-me na pele as cicatrizes da minha tristeza e podes depois rasgar a carne na tua boca. Prometo que não vai doer.

Dilacera-me.

Respira-me na tua alma e salva-me.

Devasta-me.

Vira-me de costas e sente-me a gritar no silêncio da noite vazia.

Aniquila-me.

Olha-me de frente e perde-me no tempo.

O resto não importa.

Deixa que o mundo inteiro termine enquanto nos desfazemos na chuva.

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