Respira-me na pele e toca-me. Aperta a minha solidão contra
a tua agonia e devasta-me na chuva.
O resto não importa. Deixa que a maré suba até engolir a
praia inteira.
Arrasta-me na tua insensatez e evade-me num resquício onírico
sem tempo para terminar.
Lambe-me na pele as cicatrizes da minha tristeza e podes
depois rasgar a carne na tua boca. Prometo que não vai doer.
Dilacera-me.
Respira-me na tua alma e salva-me.
Devasta-me.
Vira-me de costas e sente-me a gritar no silêncio da noite
vazia.
Aniquila-me.
Olha-me de frente e perde-me no tempo.
O resto não importa.
Deixa que o mundo inteiro termine enquanto nos desfazemos na
chuva.
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