Abandonado numa casa vazia. Encontras
restos do que era antes por cada canto perdido na sujidade do tempo. Procuras que
o silêncio resvale enquanto choras mas, na verdade, continua lá toda a
imensidão que vem com as coisas que estão vazas de vida.
Anseias o momento em que te abrem
a porta e te aliviam a infinitude da tristeza. Tocas, ao de leve, as mãos que
te chamam e logo te remetes à certeza de que não há outro lugar onde possas ter
lugar. Abandonas-te no abandono que caiu sobre tua pele e quase que esqueces o
motivo que te mantém vivo.
Olhas com o olhar de quem teme o
que pode vir das mãos que te não seguram e recuas. Recuas na imensidão da
insalubridade que te rodeia. E remetes-te à espera. À espera daqueles que te
abandonaram porque sabes que, um dia, regressam para ti.
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