11/07/2010

percorro-te as feridas na língua e sinto o sal a queimar.
coloco as pontas dos dedos no contorno do sangue e sinto-te cair.
seguro-te no momento em que o tempo se esvai e o sentido se perde quase como que irremediavelmente.
e depois da iminência da queda chega o fragmento do tempo que
- ébrio e em nudez absoluta -
anuncia a lugar das coisas suspensas em silêncio.


escrito em out de 2006, aqui
http://rasgosdeluz.blogspot.com/

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