13/07/2010

O


Segura-me os dedos das mãos enquanto me viro de costas.
Puxa a pele. Toda. Inteira. Não hesites.
Rasga tudo o que te parecer a mais. Até veres a carne toda. Até veres o osso.
Agora lambe.
Enquanto eu estiver assim não te vejo. Enquanto eu não te vejo, não preciso de ti.
Faz o que quiseres. Liberta-me as mãos. Coloca-te sobre o meu vazio e fode-me. Assim. Em silêncio. Como se eu não estivesse aqui e voltasses a ser só tu.
A noite não arrefeceu o suficiente hoje. Cala-te. Cala-te. Cala-te. Cala-te. Cala-te. Cala-te.
Segura-me as costas. O cabelo. Segura. Enquanto não te vejo não me fazes falta. Não digas nada. Devasta-me. Destrói-me. Hoje não sou mais do que isto. Enquanto não te vejo não me reconheço. Deixa-me de frente ao meu vazio e fecha as mãos sobre o teu sangue.
Aniquila-me. Agora. Cala-te.
Cala-te.

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