Diz-me
pode a dor superar a cor do fim
do dia?
pode o corpo sucumbir quando o
dia terminar?
poderemos, alguma vez, esquecer
tudo o que dia devastou em nós?
O Outono começa a criar raízes dentro
das minhas mãos,
nos sulcos da minha pele que já
se cansa tanto,
na tormenta crescente dos dias
minguantes que são já tantos caídos em cima deste corpo que parece ter perdido
o Norte.
Caminho pelo princípio da
possibilidade de reencontrar a cor bela do final dos dias…a noite é uma amante
fera que vem agora aniquilar todas as cores tão ferozmente rápido…
Com a noite chega esta tristeza
que me abraça e me não larga mais,
com a tristeza vem a dor que angustia
cada fragmento da minha alma,
com a dor regressam os fins de
tarde que partiram dentro das memórias que inadvertidamente se vão obliviando…
Diz-me
pode Deus edificar um castelo nestas
minhas mãos? Pode Deus assentar pedra por dentro desta minha permanente ausência?
Diz-me
quando esta dor poderá terminar de
doer…
quando o outono poderá terminar
dentro de mim…
quando poderei voltar a encontrar
o Norte das palavras e a direcção do caminho?
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