15/11/2023

Queria ter-te aqui para ser pérfido e devasso. 

Para te corromper e logo te abandonar.

Para te chamar e não te tocar. 

Para te cheirar e deixar cair.

Para te arrancar as palavras do papel e o sangue das mãos. 

Para te atirar às areias negras do poço velho.

Para não mais pensar em ti.

Queria ter-me amarrado na armurada à espera que me agrida a raiva contida das ondas ferozes do inverno. Elas cavam abismos dentro da minha mente, dia após dia. Só me resta aguardar que levem o resto de mim.

Não te quero aqui. Não mais. 

Tenho absolutamente mais nada para dizer. 

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