Quero sentir na boca o frio
e as tuas garras a arrancar o sangue quente de dentro do meu ventre
Vou agarrar a noite com os dentes para me libertar das mãos e dos pântanos que me consomem
Vou respirar o lodo com a pele dilacerada e abraçar os cardos que cavalgam o que resta dos meus sonhos
Vou escancarar a fornalha e gritar as labaredas dentro do peito
Vou deixar que os cavalos corram desenfreados na minha liberdade condicionada a estas escaras que eu cavei com os dedos ásperos da esperança
Quero deitar-me nos contornos de qualquer pele inscrita no carvão enquanto umas quaisquer mãos ditem o caminho da minha (re)condenação
Quero compreender o silêncio que o fogo tem nas crinas do meu sangue
Espera...
Não...
Quero compreender nada.
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