Entranço o cabelo.
Dispo-me das roupas. Devagar.
Desfaço-me do dia. Sem sentir pressa.
Lavo a pele fendida nos ganchos que me sustêm até não sobrar sangue.
Deito-me no chão frio da madeira que sustenta o grito do inverno e permito-me desaparecer no som dos passos que ecoam no ranger do caminho.
Sei que não poderei mais regressar.
Aceito.
Fecho os olhos.
Entrego-me ao silêncio da noite.
Até que minha pele se funda com a agonia da madeira e nada, depois do vento do norte sibilar, possa sobrar.
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