Seguro
nas mãos
o teu ar
para poder respirar.
Abuso
sem pudor
de teu corpo
para poder viver.
Repito
os sons
de tua voz
para chegar ao silêncio.
Seguro
a evidência
de tua permanente fuga
para encontrar o caminho.
Ignoro
o lugar
de teu caminho
para iludir o meu.
Minto
para poder dizer a verdade.
Iludo-te
para me enganar
enquanto me iludo
que te engano.
Abuso
da tua existência
para
reconhecer a minha.
Fico
até que parta.
Parto
assim que o digas.
Excedo-me
para fazer de conta
porque és
perfeição
em forma de desculpa
para me manter
na minha fina linha
da ilusão
do que me segura
à tona de água.
Perdoa.
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