Tenho o corpo solenemente cansado mas é a vigilia que me comanda.
Queria poder fechar os olhos nos intervalos do tempo e permitir ao lugar do corpo voltar a ser lugar da vida, mas há grades negras de sonhos putridos que me calcam o tempo e me devolvem ao acordar.
Meu leito é de ferro e não amansa, nunca.
Meu corpo é de restos e assim não retoma a ser inteiro, nunca.
Minha noite tem os intervalos de mim, entre o sonho e o nada, sempre a tornar-me mais lento, mais fechado, com maiores intervalos entre o que sou e o que não sou.
É a vigilia que me comanda no segredo do silêncio da noite cansada.
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