05/05/2022

Arrasto 

o sabor 

dos teus 

dedos

agrilhoado 

dentro 

da 

minha alma.


Todo 

o corpo 

se 

incendeia 

por dentro 

e

ardo 

sem 

desaparecer. 


Desfaço-me 

por dentro 

sem 

que 

se vejam 

as

chamas. 


Transformo-me 

em 

cinzas 

em 

carvão 

com que 

escrevo 

nas linhas 

do horizonte 

o teu 

nome 

gritado 

em sangue 

ao silêncio 

que 

cobre 

o interior 

do 

meu 

deserto.


Finge 

que 

me seguras 

com 

teus 

dedos 

feitos 

de 

água.


Deixa cair 

tua boca

sobre 

o lugar 

triste

de minha 

alma 

despida

detida 

vencida

e repete 

repete

repete

repete

que 

já parti.  

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