30/01/2021

Está tudo a mudar. O espaço. O tempo. O agora. O por vir. O que foi. O que é. O que era e já não é. O que estaria para ser. O que podia ter sido. O que não chegou a ser. O que ficou. O que partiu. O que não chegou a chegar. O que nunca pôde partir. O que veio para ficar. O que ficou para vir. O que eu fui. O que tu és. O que fomos. O que o mundo era. O que o mundo é. O que a vida foi em ti. O que a vida mudou de mim. O que mudou em nós. O que ficou em nós. O que está a meu lado. O quem está a meu lado. O quem tu és. O quem eu fui contigo. O quem fui depois de ti. O que eu queria ter sido. O que vou chegar a ser. O que chegaste a ser. O que não podias ter sido. O que eu desejo. O que tu renegas. O que eu anseio. O que tu ignoras. O que eu atravesso. O que tu abraças. O que eu renego. O teu abraço. O que não podia voltar a ser. O que foi de volta. O que pôde voltar. O que ainda pode voltar. O que perdemos, os dois, nos braços do (nosso) mundo. O mundo que nos moldou. O que moldámos no mundo. O que eu posso fazer. O que tu podes dizer. O que eu disse. O que tu fizeste. O que eu disse que iria fazer. O que tu fizeste por ser. O que eu não consegui. O que tu não conseguiste. O que nós deixámos de ser. O que nos tornámos. O que passou a ser impossível. O que se tornou possível. O que morre. O que morreu. O que pode vir a morrer. O inimaginável. O que imaginámos sem saber. O inegável. O que podemos negar. O irrefutável. O que podemos contrariar. O tudo e o seu contrário inteiro. O vazio que nos assombra. O vazio que nos assombrou. O vazio que tomou conta do nosso mundo nas mãos fechadas sobre a face. O que podia ter sido um beijo. O que o vento não chegou a trazer. O que o mar não conseguiu levar de volta. O agora. O depois. O que está a chegar aqui. O que vamos ter de fazer. O que vamos perder. O que já perdemos. O definitivo. O que está a mudar. O espaço. O tempo. Tudo está a mudar. 

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