sou uma espécie de saltimbanco que se arrasta nas misérias do teu esquecimento.
meu mundo é o que fica por dentro de ti e que tu guardas tão longe,
imensamente longe de mim.
deixei o corpo à espera de chegares mas foi o vento que assola o inverno que me cobriu,
que me amou,
que sussurrou meu nome na voz que padecia dentro da pele da minha inteira comiseração.
cantei à noite o meu fado triste até me desfazer em lágrimas e perder a voz pelo caminho.
no fundo, pensei sempre que não ficarias tão perdidamente longe,
que eu não teria lugar no teu esquecimento,
que o caminho te traria de volta na primavera.
agora, a verdade é que salto de memória em memória até me esquecer qual era o caminho que te levaria de volta até aqui.
e perco, na voz que era teu nome,
toda a esperança de me reencontrar.
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