toco no final de cada palavra que te não ouvi dizeres.
sinto,
na ponta de meus dedos,
a letra escrita a tinta negra por dentro da memória que guardo do que não chegou a ser dito.
construo,
por dentro dos meus olhos cerrados,
a história que não chegaste a contar.
sinto saudades da praia que corre por dentro da tristeza do inverno,
do abraço da areia nos pés enregelados enquanto a pele corre mais lenta que o vento que navega o voo das gaivotas cansadas.
sinto a tristeza inteira a desfazer-se em pó das estrelas que quedaram,
sem nenhum nome,
na noite do firmamento.
toco-te no final de cada palavra que te não disse.
sopro,
na tristeza da tinta que me escorre dos olhos,
o vento que te leva nas asas das gaivotas,
de volta até ao mar cansado do inverno.
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