a febre despe-me de frente ao espelho.
a casa está escura. não há nenhuma luz que possa entrar aqui, agora, neste preciso momento em que olho - sem ver - meu corpo desnudado.
não me reconheço. não me encontro na imagem que se reflecte na escuridão.
a febre alivia-me o devaneio enquanto me tento segurar.
tenho os dedos emagrecidos na pele envelhecida a acariciar a parede fria.
sabes que faz frio quando está escuro?
dispo-me de frente para mim e, em delírio, encontro a certeza de ti no meu abraço.
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