31/07/2017

não há espaço para existir aqui

não há espaço para existir aqui. só paredes e este corredor que meus passos excedem e que não conduz a lugar nenhum. não há espaço para respirar aqui. para gritar. para correr. para voar. as grades circundam o ar a lembrar que não é possível fugir. o tempo que se suspende no corpo a lembrar que não é possível sonhar. não há espaço para existir aqui e eu morro um pouco mais cada noite que passa. respiro um pouco menos. movo-me até não ser mais possível e acabo por me fundir no lugar que ocupo. como se fosse nada. como se em nada me transformasse. como se ao nada finalmente regressasse. não há espaço para existir aqui por isso me morro. por isso desvaneço. por isso cesso de respirar até ser absolutamente nada.

Sem comentários:

Enviar um comentário