26/07/2017

forGive

Perdoa meu embaraço. As palavras confundem-se dentro das vozes e as vozes confundem-se dentro dos olhos e os olhos dentro das mãos e as mãos dentro da distância e a distância dentro de mim. Perdoa minha angústia. Sou o que fica quando tudo termina, os restos da pele sobre a terra molhada, as sombras das folhas que o tempo fez cair, a penumbra dos lugares onde a luz nunca poderia ter chegado. Perdoa meu desespero. O facto de respirar apenas porque o corpo continua a seguir, continua a continuar a não parar a não ceder a não serenar. Perdoa a minha certeza. A de que vou chegar ao ponto em que existir sem viver não pode mais continuar a ser o lugar que me cabe. Perdoa quando eu partir. 

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