30/06/2020

O sol crava na pele a dor adiada pelo tempo esquecido nas coisas que ficam por dizer.
Bramem as marés que não regressam à praia do teu abandono.
As sombras dançam a dança que emana da tua voz enquanto me imolo por dentro. Até que tudo passe. 
O vento canta caricias nas folhas das árvores doentes, como canções de embalar a solidão.
Na areia, hesito cravar o meu necessário sepulcro. 
No azul perdido do céu que me cobre, anseio depositar minhas asas.
No fim deste tempo, terei terminado meu lugar em ti. 

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