o tempo é uma linha fina. ainda assim, não a conseguimos transpor.
olhas para mim enquanto eu olho para o vazio e vês o que não vejo quando me fecho por dentro de ti.
o tempo é uma lâmina fina. rasga-te na pele e na carne quando o tentas atravessar. ainda que andes para trás ou que tentes chegar antes, o tempo desce sobre teu peito a sua lâmina fria e tens de parar.
olho para ti quando olhas para mim e é nos teus olhos que vejo o tempo a ceder.
neste preciso momento em que a chuva (quase) queda sobre a tua angústia, sobre o meu silêncio, percebemos, sem ser preciso dizer uma única palavra, que ficámos sem tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário