és janela por onde se vê um mundo que tantas vezes parece ter deixado de poder existir.
poeta caminhante na vida dos outros que se (quase) perdem.
mãos que seguram a terra e a tristeza como gotas de água e a transformam em barro
e o barro em vida
e a vida em recomeço.
és porta por onde se pode entrar e chegar ao lugar mais próximo de onde o sol se deita
de onde a luz repousa
onde o abraço serena.
és voz que entoa nas angústias e as dissolve em jasmim.
água que transforma o deserto em possibilidade.
tempo que se transforma em vida.
és eternidade em obra feita,
palavra que resgata marinheiros da beira das escarpas,
navio que transporta passos, quedas, risos, ilusões, o cansaço ou a efemeridade, e devolve tudo na certeza da possibilidade do milagre.
és anjo que caminha a arder por dentro do homem,
sem cessar,
até que te encontres na janela por onde se vê todo o mundo que és.
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