17/08/2011

s.A.l.A.

Esperar. Esperamos nas salas de espera das salas de espera da espera. Olhamos, de olhos entreabertos, a clareza absurda das cadeiras adoecidas pelo passar do tempo e dos corpos. Esperamos a esperar o que vai chegar e fingimos que sabemos exactamente o que pretendemos esperar sem que realmente o esperemos. Caras caídas sobre os colos cansados distribuídos, sem qualquer harmonia, sobre as cadeiras dispostas em filas sem fim. O chão branco a lembrar o frio do inverno que não tarda a chegar e que demora tanto a partir. Esta é como as outras salas. Uma sala onde esperar se tornou outro lugar diferente. Uma sala onde mais não há do que o corpo de quem esperar vazio de vontade de esperar.

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