15/01/2011

cao.s

Partes como se partir fosse chegar de forma inversa.
Deixas o espaço da casa da mesma forma como o encontraste. O caos caído sobre si mesmo.
Restam beatas e cinzas espalhadas na pele da madeira. Gotas e manchas, suor e sexo, lágrimas e sangue. Por entre lençóis e vidros quebrados, não ficou mais nada senão o pó.
Um caos aberto sobre si mesmo.
Há uma música a rezar o princípio da noite. A música sempre. Ligada a bramir o teu chorar em notas reproduzidas contra a necessidade inevitável do silêncio que a noite traz.
Tenho o corpo a dançar em náusea.
Tenho a náusea a dançar-me no corpo como se não tivesse mais como respirar.
Partes como se chegar não fosse mais do que este abismo aberto no caos de mim.

Segura-me nas mãos. Vou cair.

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