09/01/2011

água

Fecha-me nas mãos que são tuas feitas de água. Encerra-me no sonho que é teu feito de deserto infinito. Guarda-me nas palavras que jamais serão proferidas. Entoa-me nas preces aos deuses esquecidos. Sorri no olhar que é meu e que tens dentro de ti na certeza de que, um dia, eu vou chegar a chegar junto do lugar que tu ocupas fora de mim. Prometo que vou tentar serenar o passo e seguirei na marcha de um cavalo negro de encontro ao sol que se vai por na margem do deserto que gerámos em nós. Antes de partires, vou segurar as tuas mãos feitas de água e vou beber-te, inteiro, até mais não poder. Antes de eu partir, tentarei ter chegado a tempo da tua espera.

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