24/02/2011

importance

Hoje és como o espaço que sobra nas coisas vazias.
O que resta do que resta quando já resta pouco.
O que sobra do que sobra quando nada sobra das sobras.
O que chega quando o resto se vai.
O que vai quando já coisa nenhuma chega.
A importância de se ser o lugar que se não é, é como uma revelação divina, é como uma linha preta numa folha branca, como uma palavra começada numa frase vazia, como um azulejo numa parede ferida pelo tempo, como um lápis de carvão a furar as linhas, como uma nuvem lisa a desafiar o inverno.
A questão que se encontra em se ser o que se não é e em querer ser o resto do que não sobra, é maior que o vazio que se encontra quando se arrisca abrir os olhos sobre o abismo da vida. E tudo isto, hoje, podia ter-te tido a maior importância.

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