27/09/2010

na voz
a aspereza dos dias
sós.

nas mãos
o desencontro dos escombros
ternos.

nos olhos
a desventura esperançada despedaçada do sorriso
aventurado.

na chuva
a melodia do mais brando e cruel
silêncio.

no andar
a tentativa de fuga do esgar do fogo
vazio.

no mar
a possibilidade segura de não mais
respirar.

na porta
a certeza única do caminho a não fazer
jamais.

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