Recolhes-te
dentro da tua angústia
por debaixo dos seixos negros
na orla da costa que respira a lava que
quem
olha de fora
não consegue
ver.
Fechas
teus olhos
como quem
fecha as mãos
e
ficas
virado para o interior das tuas ausências
com a dor
a apontar
o caminho
que
fica
para
norte.
Seguras
em silêncio
todas as mágoas do mundo
que colide
com todas as areias
perdidas
nos caminhos
do deserto
que te devasta
por dentro
a cegueira do caminho
que
de frente para ti
te foge das mãos
fechadas.
Somente
o tempo
vestido do negro dos seixos
despido do silêncio do mar alto
te poderá
trazer
de volta
ao caminho
onde
deixaste
teus olhos
abertos.
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