Penso em como tudo o que se sucede aqui é vago e é vazo
é simultaneamente intenso e intensamente despido de significado
profundo como um mar, quente como as dunas de qualquer deserto mas fugaz e dificil como o vento do norte
é claro como a água da nascente que emerge do âmago da terra e turvo ao ponto de deixar tudo a saber a lodo
é de uma felicidade pueril mas que dura tão pouco no tempo. Não se sustém. Não se sustenta. Perece e não permanece.
Chegas inteiro e partes aos pedaços. Aterras em fragmentos e partes em poeira. És intensamente nada enquanto és tudo. Olhas para mim como se o lugar certo do mundo fosse neste preciso instante e, depois, todo o mundo pesa sobre o todo de ti e a dúvida remete este lugar à insuficiência da insatisfação.
Penso em como tudo isto é vazio e é vago e é cheio e é sóbrio. É tanto sem ser quase nada. É nada por ser tanto.
Na verdade, não desejo que chegues e que partas sempre inteiro. Mas não sei pegar em tantos pedaços espalhados debaixo da pele de meus pés sem que se abram chagas que nenhuma palavra poderá pode curar.
O que seremos, verdadeiramente, quando somos aqui?
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