05/04/2021

Olho para ti. Sinto que já não sou mais capaz. 

Falho sempre. Reiteradamente. Inadvertidamente. Irremediavelmente. 

Sou lugar em que te estilhaças e são só fragmentos do que resta dos teus vidros o que me desfaz a mim. 

Olhas-me e já não entendes nenhum sentido. 

De cada vez que te deixo, há mais uma parte de mim que padece. Não sei bem quanto mais resta para morrer. Quanto mais falta para desaparecer(mos). 

Até quando vamos conseguir perseverar nesta destruição maciça?

Até quando vamos conseguir manter-nos à tona de água antes que o que falta nos leve em estilhaços de mundo? Até não sermos mais do que pó de estrela ou o começo de uma supernova que se desfaz por dentro.

Somos duas estrelas que se preparam para morrer. Devagar. 

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