14/02/2021

se me mentires, é possível que eu queira acreditar

cometo o erro de segurar as palavras contra todas as probabilidades. conto e reconto. permito que façam eco. que se repitam. que desafiem todas as leis da física. que permaneçam. que não desapareçam. 

talvez eu não queira que as palavras se apaguem. 

ou talvez sim.  

ou talvez queira somente pegar nelas com as duas mãos, virá-las de dentro para fora, inverter o seu conteúdo, desviar o seu sentido, brincar com elas a meu belo prazer. 

ou talvez não. 

hoje escolho decidir mentir a mim mesmo. repetir as palavras que não ouvi cantares e sentar-me, lá fora, no frio da noite do inverno que me habita, até que possa chegar a primavera. 

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