tocas-me com a voz caída sobre o chão.
é asfalto velho o que nos rodeia.
podia haver terra e árvores mas não. nada mais do que a pele a colar no asfalto e a esperança a rasgar-se na pele enquanto caminhas até mim.
fecho os olhos. pego na lâmina que guardo dentro das mãos e desfaço-te. dura um momento breve por isso não receies. prometo que não demoro. prometo que desfaço tudo num instante. prometo que não vai sobrar nada de ti sobre a estrada vazia no calor que fica do sol de agosto.
toco-te com o sangue a cair-me das mãos sobre teu corpo velho caído sobre o chão que é só asfalto.
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