02/12/2015

aSfalTo

Silencia as minhas mãos enquanto alastro as asas sobre o asfalto.
Há neve a escorrer-me nos ossos. Sopra.
Crava a tua sede na minha agonia e eleva-me ao lugar reservado aos que morrem sem saber.
Segura-me na ponta dos teus dedos de fogo enquanto refaço o meu nome nas cinzas que permanecem debaixo do teu caminhar.
Há neve a corroer-me a pele. Sopra.
A estrada percorre todas as direcções possíveis e ainda não conheço o caminho que escolhi.
As minhas asas cobrem o asfalto coberto de gelo e as minhas mãos gritam pelo silêncio que vem de ti.
Sopra o resto das minhas cinzas e guarda-me no teu caminhar.

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