Escovo-te no cabelo o olhar
triste dos dias que não findam. Deixo que as mãos abracem o teu corpo enquanto
inspiras um segredo sagrado. De pele despida sobre o chão frio, caminhas sobre
as pedras como quem caminha sobre o fogo e não conhece a ânsia de chegar.
Sentes-te a queimar e ainda assim intentas dançar sobre as arestas da tua
sanidade. Tua pele a arder no corpo frio e sentes absolutamente nada. Olhas-me
na tristeza dos dias que se fundem nas noites eternas e soltas o cabelo sobre o
corpo desnudado. Deixas-te respirar no vazio da partida e segredas-me ao ouvido
o quanto as minhas mãos te são sagradas.
Sem comentários:
Enviar um comentário