01/09/2015


Escovo-te no cabelo o olhar triste dos dias que não findam. Deixo que as mãos abracem o teu corpo enquanto inspiras um segredo sagrado. De pele despida sobre o chão frio, caminhas sobre as pedras como quem caminha sobre o fogo e não conhece a ânsia de chegar. Sentes-te a queimar e ainda assim intentas dançar sobre as arestas da tua sanidade. Tua pele a arder no corpo frio e sentes absolutamente nada. Olhas-me na tristeza dos dias que se fundem nas noites eternas e soltas o cabelo sobre o corpo desnudado. Deixas-te respirar no vazio da partida e segredas-me ao ouvido o quanto as minhas mãos te são sagradas.

Sem comentários:

Enviar um comentário