Diz-me o que vês quando olhas
para a terra aquecida sobre teu andar. O que sabes quando ouves o que o mar
traz no começo da manhã. Sim, é na certeza incerta do que chega com o começo da
manhã que te olho e me alimento da inevitável fuga. Se era isto que querias,
podias tê-lo dito antes. Podias tê-lo dito a tempo. Agora sou eu que caminho
mas a terra está arrefecida sobre as minhas penas. Sobre o meu (des)fado. Sobre as
minhas raízes em ruptura com a equilibrada agonia do teu desamor. Cada parte do
meu corpo se desfaz em vento quando me abandonas, lento e entorpecido, caído sob
o segredo das noites inebriantes de verão e desfeito sobre a terra (des)aquecida
sobre o andar da tua partida.
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